António Arnaut acusa magistrados de «delação»
O advogado António Arnaut condenou a atitude dos dois magistrados responsáveis pela investigação sobre o Freeport, ao denunciarem as alegadas pressões de que dizem ter sido alvo.
O fundador do PS considerou que o caso - que resultou na abertura de um processo disciplinar a Lopes da Mota - só foi possível por delação dos dois magistrados e lamentou que uma conversa privada, qualquer que tenha sido o teor, tenha sido transmitida para a opinião pública.
Para o advogado, «conversas privadas entre amigos são mesmo privadas» e tidas numa base de «confiança», logo, pressupõe-se «que o interlocutor guarde reserva» e que um magistrado saiba «distinguir uma conversa banal» e não vá «fazer queixinhas».
Neste sentido, António Arnaut acusou os magistrados em causa de falta de lealdade e de tentarem aproveitar uma conversa privada, quando o que podiam ter feito, se foram alvo de pressões, era falar com o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, em vez de lançar a conversa na praça pública.
O fundador do PS considerou ainda que qualquer magistrado que se preze, quer seja judicial ou do Ministério Público, não pode dizer que foi pressionado, porque esse é um principio essencial para exercer a profissão.
António Arnaut acrescentou que não está em causa a qualidade dos dois magistrados, mas sim um comportamento, que, na sua opinião, põe em causa a imagem que se dá da Justiça em Portugal.
Questionado pela TSF sobre o processo disciplinar aberto a Lopes da Mota, presidente do Eurojust, por causa das alegadas pressões aos dois magistrados do caso Freeport, Arnaut não quis tecer qualquer comentário.
Entretanto, confrontado pela TSF sobre estas declarações, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público fez saber que, para já, não vai fazer qualquer comentário.
TSF
Esta eu não esperava vindo de António Arnout um homem que me habituei a respeitar.
Pergunto?
Por esta ordem de ideias como podemos acabar com a corrupção?
Num grupo de amigos colegas de profissão, um deles pode aos outros para fazerem um favor a um amigo dele.
Como homens de princípios e não concordando com o pedido por por em causa a sua ideia
de apreciação sobre o assunto, que atitude devem tomar:
1º Ignorar o pedido e decidindo em conformidade com o que acham justo.
2º Levarem em conta e fazerem o que lhe foi pedido.
3º Como homens de princípios decidiram denunciar aquele que despudoradamente em jeito de conversa informal, lhe tinha indicado o caminho que mais lhe interessava.
Ao tomar a terceira atitude, estes homens pelos vistos na óptica de algumas pessoas, deixaram de ter princípios, tornaram-se delatores por outras palavras bufos.
Agora compreendo porque não há corrupção em Portugal, o que se passa é que são só conversas entre amigos, fazem-se os favores ou não se fazem, mas o ponto de honra é que não pode haver bufos.
Pobre democracia