PARA QUE OS ELEITORES NÃO SE ESQUEÇAM O QUE FOI O GOVERNO DO BLOCO CENTRAL DE 1983.
ALGUNS FACTOS:
Governo nº 118 de Mário Soares. IX Governo Constitucional dito do Bloco Central, (9 de Junho) com o líder do PSD, Mota Pinto, como vice-presidente, desde 9 de Junho. O novo gabinete é marcado tanto pela política de austeridade, imposta pelo FMI, e que impõe um corte ao subsídio estadual aos bens essenciais, como pelo processo de formal integração na CEE (9 de Junho). Na oposição parlamentar destaca-se o novo presidente do CDS, Francisco Lucas Pires, anterior ministro da cultura e coordenação científica do último governo da AD. A nova política fiscal é alvo de fortes contestações tanto à direita como à esquerda. Surge, entretanto uma revisão da lei de delimitação dos sectores da actividade económica, em 19 de Novembro, permitindo a abertura da área nacionalizada à iniciativa privada.
Outros ministros são: António de Almeida Santos (ministro de Estado), Rui Macheteö (defesa nacional), Eduardo Pereira (administração interna), Jaime Gama (negócios estrangeiros), Mário Raposo (justiça), Ernâni Lopes (finanças e plano), João de Deus Pinheiro (educação), Amândio de Azevedo (trabalho e segurança social), Maldonado Gonelha (saúde), Álvaro Barreto (agricultura), José Veiga Simão (indústria e energia), Joaquim Ferreira do Amaral (comércio e turismo), Coimbra Martins (cultura), Carlos Melancia (equipamento social) e José de Almeida Serra (mar).
Austeridade e privatizações – Escudo é desvalorizado em 12%. Mantém-se o regime de desvalorização deslizante mensal de 1%. Mário Soares propõe uma trégua política e social (21 de Junho). Ernâni Lopes, Ministro das Finanças, anuncia corte dos subsídios aos bens essenciais, começando a chamada política de austeridade. Aprovada moção de confiança (24 de Junho). Aumento do preço dos combustíveis (2 de Julho). Revogado o tecto salarial (3 de Julho). Assembleia da República autoriza o governo a legislar sobre a privatização dos sectores bancário, segurador, cimenteiro e adubeiro (5 de Julho). Aprovadas alterações à lei de delimitação dos sectores económicos, no sentido liberalizante (6 de Julho). Anuncia-se que a inflação é de 23%. Governo diz optar pelo modelo de fusão das agências de notícias públicas (13 de Julho). Chega a Lisboa uma delegação do FMI, tendo em vista a concessão de um empréstimo a Portugal (19 de Julho). Mário Soares declara que as reservas de ouro não estão à venda (25 de Julho). Instituída Alta Autoridade para o combate à corrupção (5 de Agosto). Assinada carta de intenções do governo face ao FMI, depois de, no dia anterior, Mário Soares consultar os partidos (10 de Agosto). Ferraz da Costa, da CIP, declara que o Governo perderá credibilidade se não pagar indemnizações (30 de Agosto). Aumentam preços dos transportes e da água (1 de Setembro). Soares declara que está afastado o espectro da fome e do racionamento. Aprovado o novo pacote fiscal no parlamento (13 de Setembro). CIP fala em rapina fiscal (24 de Setembro). Conselho de Ministros aprova o modelo de lay off (7 de Outubro). Publicado o pacote fiscal (23 de Outubro). Confederação do Comércio considera que o governo está a matar a iniciativa privada (24 de Outubro). Lucas Pires fala em estado de sítio fiscal (26 de Outubro). Intersindical comunica que há 117 000 trabalhadores com salários em atraso (30 de Outubro). Torres Couto da UGT considera que o governo pode ser o coveiro da democracia (31 de Outubro). Revisão da lei da delimitação dos sectores, permitindo a abertura da área nacionalizada à iniciativa privada, nos sectores do cimento, da banca e dos seguros (19 de Novembro). Cavaco Silva declara que o imposto de 2,8% deve ser o imposto mais inequitativo que foi lançado em Portugal nos últimos 50 anos (21 de Dezembro).
Mais tumultos – Polícia de Intervenção ocupa a Marinha Grande, a fim de impedir uma manifestação dos operários vidreiros (8 de Setembro). Há confrontos na Marinha Grande entre a GNR e operários vidreiros (22 de Outubro) que isolam a localidade (10 de Novembro).
Norte-americanos – Assinado acordo com os norte-americanos para a utilização da base das Lajes e criada a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, uma forma de institucionalização do sistema de ajudas norte-americanas a Portugal. O novo organismo há-de vir a ser presidido por Rui Machete (13 de Dezembro), sendo um sustentáculo do chamado Bloco Central dos interesses, onde a distribuição de subsídios e o convite para viagens e bolsas de estudo transatlânticas acirra o pró-americanismo da classe política dominante. Não é por acaso que ilustres ministros, deputados e até chefes do governo acabem desempenhando funções de docentes convidados em universidades norte-americanas, antes de serem chamados como estadistas portugueses
MAS PARA MIM O CASO MAIS IMPORTANTE QUE AQUI NÃO SE RELATA, O GOVERNO RESOLVEU ARRECADAR COMO IMPOSTO O SUBSIDIO DE NATAL DE TODOS OS TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM.
SE QUISER TER ACESSO AO ARTIGO COMPLETO AQUI
http://maltez.info/cosmopolis/anode1983/portugal83.htm